sábado, 4 de dezembro de 2010

Book



Em tempos de iPad, Galaxy Tab e outros tablets, nada como um "novo dispositivo" para fazer-nos pensar um pouco se realmente tudo isso é necessário.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A importância de uma boa tradução

Recentemente li o texto abaixo e parei para pensar no grau de importância de uma tradução. É verdade que normalmente só prestamos atenção nisso quando ela está repleta de erros e com concordâncias duvidosas, mas temos que engrandecer o trabalho quase nunca reconhecido dos tradutores, afinal eles são peças essenciais na produção de um bom livro.
Um bom livro mal traduzido é uma catástrofe e, como relata Paulo Geiger, a relação autor-tradutor quando combinada de forma complementar é praticamente a síntese da excelência. Segue abaixo o maravilhoso texto de Geiger.

Depois de traduzir para a Companhia quatro livros de Amós Oz, refiz meu conceito de que a boa tradução consiste em expressar num bom português aquilo que o autor expressara em sua própria língua. Aprendi que traduzir Amós Oz — e talvez isso valha para todo autor — é principalmente sintonizar com seus sentimentos, suas ideias e suas possíveis lembranças, entrar o mais possível em sua cabeça, seu coração e seu estômago, e escrever em português do mesmo jeito que ele escreveria se escrevesse em português.

Em Oz isso quer dizer, muitas vezes, relativizar “boas regras”, abrir mão de “textos redondos” para fazê-los ásperos e angulosos, nem sempre mantê-los fluentes porque são às vezes espasmódicos, não buscar coerência onde a incoerência é que prevalece.

Por exemplo:

Oz é repetitivo. Repete palavras, repete situações, insiste em certos termos, como uma nota em baixo contínuo; usa refrões, insiste em evocações recorrentes, porque assim acontece na vida e nas histórias que ele cria.

Oz mistura tempos verbais, o futuro como presente e até como passado, o presente como passado, às vezes num mesmo período, fazendo lembrar o estilo bíblico, mas sem a letra vav inversora da Bíblia, que faz o futuro valer como passado. O tempo gramatical em Oz é escravo, não senhor, do tempo literário. Um parágrafo pode começar tendo um sujeito como relator e terminar na voz de outro.

Oz nunca se refere a quantidades definidas, é sempre dois ou três, dez ou doze, porque a quantidade exata não é importante, os números só retratam conceitos, não quantidades.

Oz não dá importância a “continuísmos”, a trama não precisa ser coerente nos fatos, só na impressão que eles suscitam. Em Rimas da vida e da morte, um personagem é tio de um outro no início do livro, mas é primo no fim. Em Uma certa paz, uma mulher tem cabelos cortados curtos quando descrita pela primeira vez, mas os tem em bastas tranças que lhe coroam a cabeça “dois ou três” (à la Oz) dias depois. (Falei com o autor sobre o primeiro caso, ele respondeu que era proposital.)

Oz usa abundantemente a metáfora explícita, a comparação de situações com alternativas paralelas; as pessoas agem e as coisas acontecem “como que…”, “como se…”, ampliando a descrição do “real” com um substrato simbólico ou ilustrativo do “possível”.

As entrelinhas de Oz são quase tão poderosas quanto as linha escritas. Nelas habitam suas lembranças pessoais, os contextos históricos de Israel e do povo judeu, canções, poemas, lemas e slogans. Nelas se retrata a época, o lugar, o mood de uma geração.

Finalmente: em Oz, quem descreve a realidade (ou a máscara da realidade, como queria o teatro grego) não é o autor, mas seus personagens. São eles que dão o tom e a direção.

Por tudo isso, muitas vezes decidi comprometer a fluência, tão necessária na leitura de ficção, e acrescentar notas que permitissem ao leitor penetrar no mundo não visível mas tão presente na história, para usufruir do que é mais importante numa leitura, e fundamental em Oz: enxergar a totalidade do contexto, e nele ver um fragmento representativo do mundo e da humanidade.


Fonte: Blog da Companhia.

domingo, 28 de novembro de 2010

Festa do Livro da USP: um caso de sucesso


Há 12 anos acontece na USP um evento onde os amantes dos livros se reúnem com um único intuito: comprar livros e mais livros.
Diversas editoras expõem suas publicações em estandes no vão do prédio de História e Geografia da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), atraindo não somente o público universitário, mas sim uma vasta e variada clientela.
Além da diversidade de títulos disponíveis, um dos principais atrativos é o desconto mínimo de 50% que os expositores participantes são obrigados a dar em todos os livros. Não é raro vermos pessoas saindo com o porta-malas do carro abarrotado de livros. Uma das atendentes da editora Cosac Naify disse que parece que tem pessoas que deixam de comprar livros durante o ano, deixando para comprar tudo durante os 3 dias de evento. Não é para menos: livros que sairiam por 60 reais nas livrarias, saem por valores entre 20 e 30 reais.
Este ano, uma das principais novidades da Festa foi a participação da editora Companhia das Letras que nunca havia participado. A procura pelos livros da editora era tanta que eles eram os únicos que possuíam uma (enorme) fila para controlar o grande fluxo de interessados.
Nesta edição estiveram presentes mais de 130 editoras, com títulos de diversas áreas.
Segundo alguns expositores, a demanda é tão grande que eles até adiantam alguns lançamentos somente para apresentá-los no evento.
Claro que um acontecimento como esse merece ser exaltado, principalmente porque carecemos de coisas desse tipo, mas, para nós amantes dos livros, questões como "por que não oferecer preços mais acessíveis sempre, já que a procura é grande?" e "por que em eventos maiores, como a Bienal do Livro, a maioria das editoras não oferece descontos nos livros expostos?" ficam latentes na nossa mente. Resta-nos aproveitar essas raras chances.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Conhecendo o Google Books

Há algum tempo tudo que é associado à marca Google é sinônimo de sucesso e qualidade, mas você já ouviu falar do Google Books? Se já ouviu falar, já parou para conhecer o que essa ferramenta oferece?

Com o Google Books é possível pesquisar o texto completo de cerca de sete milhões de livros e, quando você faz uma pesquisa comum no buscador do Google, você também está pesquisando no catálogo de livros.

Os resultados relevantes aparecem nos resultados da pesquisa e, ao clicar em um resultado, você é direcionado para a página correspondente no livro, e ainda pode percorrer mais algumas páginas e saber onde comprar o livro.

Os livros apresentados na Pesquisa de Livros do Google são provenientes de duas fontes:

O Projeto Biblioteca
Foi feita uma parceria com bibliotecas conceituadas do mundo inteiro (Universidade de Columbia, Biblioteca Pública de Nova York, Universidade de Oxford, etc.) para incluir suas coleções na Pesquisa de Livros do Google. Para os livros do Projeto Biblioteca que ainda forem protegidos por direitos autorais, os resultados funcionam como um catálogo de fichas, mostrando as informações do livro e, geralmente, alguns trechos do texto em que o termo da pesquisa aparece em contexto.

Já no caso dos livros do Projeto Biblioteca que não forem protegidos por direitos autorais, é possível ler e baixar o livro inteiro.

O Programa de parceiros

A equipe do Google Books também se aliou a mais de 20.000 editoras e autores para disponibilizar seus livros no Google. O usuário percorre algumas páginas na visualização desses livros, como se estivesse folheando um deles na livraria ou na biblioteca. Também aparecem os links das bibliotecas e livrarias onde é possível retirar ou comprar o livro.


A variedade de títulos disponíveis para consulta é grande, principalmente em inglês, mas a tendência é que o número aumente cada vez mais, inclusive os escritos em português. O desenvolvimento da tecnologia e as crescentes parcerias com editoras e bibliotecas do mundo todo pode ser um vislumbre do que nos espera daqui alguns anos, principalmente quando um gigante como o Google está por trás. Vale a pena ficar atento e aproveitar os benefícios.


Fonte: Google Books

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Apresentação

Olá! Criei este blog com o intuito de falar sobre livros e tudo o que for relacionado a eles: mercado editorial, autores, imprensa, eventos e, claro, os lançamentos e inovações que estão surgindo nos últimos tempos. Além disso, este blog também faz parte do trabalho final do curso Trajetória do Livro e da Edição 2010/2, oferecido pela Unisinos.